Amar ou não amar?


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Como é gostoso falar do amor!

Como versejou Luiz Vaz de Camões:

            Amor é fogo que arde sem se ver,
            É ferida que dói e não se sente,
            É um descontentamento descontente,
            É dor que desatina sem doer;
            (...)

A palavra amor, quão bela e profunda de significados.

Ao ouvirmos a palavra amor, outras palavras emergem em mente: sinceridade, carinho, confiança, cuidado...

Podemos, ainda, diferenciar algumas formas de amor:
- o amor do pai para com o filho;
- o amor do filho para com o pai;
- o amor que envolve um homem e uma mulher;
- o amor entre amigos, etc.

Mas, se o amor é algo tão bonito e poético, que nos faz lembrar de todas as coisas boas da vida, eu me pergunto, onde nós estamos errando? Nós, enquanto pais, enquanto filhos, amigos, enquanto amantes...

Essa questão é motivada pelos acontecimentos que tomaram e tomam a mídia todos os dias, fatos que me levam a infeliz conclusão: que a noção de amor que está sendo propagada está deturpada e maculada.

Pois se não estivesse assim, digam-me por que um pai chega a maltratar e jogar seu próprio filho, ainda bebê, da janela de um apartamento?, ou, ainda, em latões de lixo, ou na beira de um córrego?, como aconteceu recentemente em Joinville; que amor materno é esse que trata o filho como objeto inanimado e descartável?

Onde está o amor quando o filho planeja o assassinato de seus próprios pais, simplesmente para ficar com a herança?

Que amor é esse que faz com que um jovem mate sua parceira com mais de trinta facadas? Lembrança recente de Jaraguá do Sul. Ou então, o caso em que a mulher mata e esquarteja seu marido, pelo que dizem, só para ficar com o dinheiro do seguro.

Prezados leitores, precisamos, enquanto indivíduos em uma sociedade, reavaliar nossos atos, nossas palavras, para que o amor não se torne apenas mais uma palavra morta, em um dicionário de antiquados.

É uma pena que o amor, nos dias atuais, comece com melodias românticas, com sorrisos, e se acabe em marchas fúnebres e lágrimas.

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