Qual é a prioridade?


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Digam-me, na opinião de vocês, qual seria o principal serviço público que deveria ser priorizado? Educação, Saúde, Segurança Pública? É claro que eu concordo com a imensa maioria, ou seja, todas deveriam ser priorizadas.

Mas, infelizmente, o que vemos é um descaso em todas as áreas. E nesse contexto, considerando a realidade em que vivemos, novamente eu pergunto, qual deveria ser priorizada?

As pessoas que possuem algum tipo de problema de saúde, naturalmente responderão: o sistema de saúde, é claro. Quem vive na região na qual a violência impera, a prioridade seria a segurança pública. Quem não tem uma escola de qualidade, poderá responder a educação pública. Outros, ainda, poderão afirmar que se não tiver emprego, não há uma vida digna. Enfim, cada um, conforme a micro-realidade em que vive, poderá eleger uma ou outra opção.

Entretanto, lendo uma das reportagens da revista Veja, do mês de junho, relatando a atual realidade pela qual estão passando os moradores do complexo de favelas de Costa Barros, na zona norte de São Paulo, levou-me a perceber qual é a verdadeira necessidade pela qual passam milhares de pessoas pelo Brasil.

No citado local, que fica próximo a via Dutra, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro, há empresas que montaram fábricas e depósitos, entretanto, devido à guerra do tráfico e a grande violência, estão encontrando grandes dificuldades para contratação de funcionários.

De igual maneira está a saúde, pois vários médicos e profissionais da área pararam de trabalhar nas unidades de saúde daquela região, devido, também, a violência.

A educação também sofre, pois as escolas tornam-se, muitas vezes, esconderijo dos marginais da guerra entre facções ou contra a segurança do Estado.
                                                                       
Resumindo, naquele local há várias vagas de emprego; também há vagas no sistema de saúde, e escolas, entretanto a rotina saudável se vê ameaçada pela violência, fazendo com que muitos profissionais não trabalhem, e consequentemente, “falte” saúde e educação, e "sobrem" empregos.

Dessa forma, penso que de nada adianta ter vagas nas escolas, em creches, vagas em hospitais, ou empregos, se não houver segurança pública com qualidade, que garanta o direito constitucional de ir e vir, que garanta a paz e a tranquilidade das pessoas.

As pessoas, num estado democrático, não podem ter medo de frequentar à escola, ou de ir trabalhar, as pessoas não podem se privar de uma consulta médica ou internação porque a violência é grande.

O Estado deve aumentar e melhorar suas polícias. E isso não é somente no Rio de Janeiro, ou em São Paulo, é aqui também, em Santa Catarina, no Paraná, no Rio Grande do Sul ou qualquer outro estado que queira ressaltar a dignidade da pessoa humana. Pois se lá, no Rio de Janeiro, a segurança pública um dia funcionar, por favor, vamos fechar a 101, pois será uma rota de fuga para os infratores, sem dúvida alguma, e vamos torcer para que as nossas polícias estarem preparadas para enfrentarem o caos.

Maior efetivo, melhores salários, equipamentos de ponta, são alguns dos atrativos para que pessoas de bem e honestas adentrem nas instituições policiais. Vale lembrar que o contrário também é verdade.

Mas enquanto ainda vivemos numa região em que as taxas de violência são aceitáveis, pelos menos quando falamos em números, vamos levando as nossas vidas com um pouco de segurança, com um pouco de saúde, com um pouco de educação, com o mínimo de lazer... E assim vivemos, cada um por si, em nossos lares, sorrindo e vendo tevê, lamentando pelas pessoas de bem que vivem no lado cinzento da cidade maravilhosa.

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